quinta-feira, 21 de maio de 2009

O ISLAMINSMO NA ÁFRICA

A religião islâmica assume grande importância não só no norte de África, mas em todo o continente africano. O encontro do Islão com o animismo africano resultou numa solução religiosa, que foi facilmente assimilada por parte da população, transformando-se numa forma alternativa de organização social.
Apesar de mais de 20% do total mundial de muçulmanos viverem na África subsariana, os conflitos vividos na região não se devem a causas religiosas, mas redicam na luta pelo controle de riquezas, na fraqueza dos Estados e na falta de meios financeiros para que estes desempenhem funções sociais.
A ideia de que mais de um terço da população africana partilha a fé islâmica não nos passa imediatamente pela cabeça quando se pensa em África.
Se nos habituámos a considerar os países do Norte de África como parte do mundo árabe, não reconhecemos tão facilmente a influência islâmica ao sul do Sara.
No entanto, o papel do Islão como força política, social e religiosa na África sub-sariana é também muito importante. Países como o Senegal, o Mali, a Somália têm maiorias muçulmanas.Metade dos 113 milhões de habitantes da Nigéria são muçulmanos. Países como o Gana, o Uganda, o Quénia e a Tanzânia têm grandes comunidades muçulmanas.
O Islão é uma religião fortemente implantada há séculos no continente e como tal tem desempenhado um papel preponderante na evolução de muitas nações africanas. Continua hoje a ser uma religião em expansão, apresentando-se como um sistema alternativo de organização social, política e económica para as comunidades islamizadas.
Como conseguiu o Islão alcançar tão importante posição nesta vasta área e que características adquiriu o Islão em África? Quais os países onde este processo tem sido mais problemático na actualidade?
A islamização de África tem sido um longo e complexo processo.
Em 640 d.c. registou-se a conquista do Norte de África, desde o Egipto até Marrocos. Ao contrário do resto do continente, no Norte de África desenrolaram-se dois processos distintos: islamização e arabização. Por islamização pretende-se referir o processo pelo qual os povos do Norte de África se converteram à religião islâmica e se tornaram muçulmanos. Por arabização refere-se o processo de aculturação através do qual estes povos absorveram numerosos aspectos da cultura árabe, nomeadamente a língua(1).
Ao mesmo tempo que decorria a conquista do Norte de África, o Islão atingiu a África Oriental, não através da conquista armada mas através do comércio no mar Vermelho e no oceano Índico.
Mais tarde regista-se uma expansão por vagas sucessivas do norte para o sul através do Sara, por via das migrações e do comércio de caravanas.
Esta expansão para sul foi variada na sua forma, tendo em conta a natureza da população muçulmana migrante e a sua atitude perante a religião. Cada grupo migrante tinha a sua forma de interagir com o povo acolhedor, o que teve efeitos nos métodos de islamização.
A adaptabilidade do Islão a diferentes ambientes e a sua interacção com a religião animista presente no continente africano vai permitir, por um lado, a sua fácil aceitação pelos africanos e, por outro, provocar mutações na religião islâmica de região para região. Como exemplo podem referir-se as celebrações islâmicas em partes da África Oriental, que incorporaram a dança e o tambor no seu seio. Estas duas características levam a que não se possa falar do Islão em África de uma forma global.

FONTE:http://historiaafrica.blogs.sapo

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